sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sobre o Stalk

Lá em meados dos anos 90 eu era um bobão. Estudava no maior colégio da minha cidade, tinha uns 20 coleguinhas e mais uns 50 da mesma série. Só que eu era um bobão e não queria fazer amigos. Eu me considerava o suprassumo do mundo e achava que ninguém era bom o bastante para ser meu bróder.

De fato, a maioria se transformou naquilo que hoje atende por “coxinha”, mas eu era criança, os seres humanos dessa idade costumam não estar nem aí para o fato de o coleguinha bebe Heineken num posto de gasolina fazendo cosplay do Faustão. Criança simplesmente quer um gordinho pra ser goleiro na hora do futebol. E eu, por não ser nem esse gordinho, até a sétima série – quando mudei de colégio – não tinha nenhum amigo. E o que quero dizer com tudo isso é: Não tinha nenhuma santa alma para me dizer pra parar com um lance que hoje nego chama de STALK. Como eu não tinha amigos para jogar bola e/ou comer bolo na hora do recreio, eu passava a minha hora de descanso perseguindo as mina que eu achava gata. E era bom nisso. Até hoje eu sei a árvore genealógica de uma das menininhas que eu stalkeava pelo grande pátio do Gonzaga.

Pra quem não sabe, stalk consiste em não somente perseguir uma pessoa, como também saber toda a história da mesma, além de seus gostos. Essa mina que eu citei acima pedia pastel de queijo na cantina. Uma das principais e mais básicas tarefas de um bom stalker é saber onde diabos a vítima está 24 horas por dia, 7 dias por semana, 4 semanas por mês 12 meses por... bem, geralmente um stalk não chega a durar um ano. Vamos colocar 6 meses por semestre e para por aí. E é aí que mora o perigo: A depressão do stalk. Aconteceu comigo semana passada e sei que contigo também já rolou. Eu fui no centro pesquisar preços de bicicletas e, depois disso, voltei a pé pra casa porque bicicleta é um troço caro nesse mundo capitalista do século XXI. Eu moro na Félix entre Telles e D. Pedro (alô, minhas stalkers) e, quando tava descendo a Félix passando ali pela Tiradentes eu lembrei que tava perseguindo uma mina que faz Odonto. Resolvi passar pelo campus onde ela estuda pra ver se via ela (parênteses aqui: Eu não conheço, nunca falei com a mina, ela não é de Pelotas e muito provavelmente nunca me viu mais gordo. O QUE DIABOS EU QUERIA QUE ACONTECESSE?). Não aconteceu. Eu caminhei umas três quadras a mais do que o percurso original, corri até o campus porque já tava sabendo que o horário de término de uma das aulas tava se aproximando e não aconteceu. Você, Stalker querido, sabe o que passou no meu coração naquele momento. Você sofre. Você vê a sua vida inteira diante dos olhos. Mais do que analisar, cê filosofa se aquilo tudo vale a pena. Respira fundo e segue em frente.

Stalk é isso. Cê tem que estar preparado pra tudo. Preparado tanto para receber uma resposta-surpresa ao seu reply PRAQUELA pessoa, quanto para ver o seu mundo desabar em um segundo quando toda a sua estratégia para simplesmente passar pela pessoa stalkeada dar totalmente errada. Ou então quando ela tuita aquela que é a frase mais triste para um stalker: “Retiro espiritual! Vou ficar longe da internet por uns tempos!”.

O que fazer nessas situações, Leon, O QUE FAZER??? Bem, meus queridos eu trago-lhes aqui a resposta:



Eu não sei.