
A Entrada

Ritmo Machine
Enfim, mais um reconhecimento de campo, tirei umas fotos pra mandar via sms pra galera de Pelotas e fomos em direção ao Cidade Jardim, o de fato palco do Foo Fighters. Já tinha uma galerinha vendo o show de uma banda chamada Ritmo Machine, uma mistura de Charlie Brown Jr com RATM, mas como tendia mais para este eu curti bastante. Dava pra ficar ali pra sempre e ver o show do Foo Fighters numa boa, numa relax. Dali 10 horas. Nem a pau, Juvenal. Acabou o show e partimos em direção ao Butantã novamente,
Cage the Elephant

Voltei e o público inteiro tinha chego. Não consegui ficar num lugar sensacional como era o que eu tava antes, mas era bom o novo. Começou o show e na primeira música eu voei pra frente, perdi meu chapéu e mochila –que depois me devolveram, brigado, galera – e comecei a curtir demais. O som tava uma bosta e não dava pra escutar a voz do Matt, mas todo mundo em volta sabia todas as letras, então nem foi algo tão terrível. Tá, foi sim, eu queria ter escutado direitinho o show. Mas aí quando eles começaram a tocar Tiny Little Robots eu já não tava mais me importando com nada, o show tava demais. Perto dali o Matt deu o primeiro Mosh. Nunca foi tão violentado em toda a vida, disse ele. Eu, que tava achando o público pouco muito animado, parei de pensar isso. “Se o cara curtiu, quem sou eu pra discordar?”. Aí comecei a pular mais, meu chapéu fugiu (?) da minha cabeça e, PASMEM TODOS, me devolveram. Foi como se o meu chapéu tivesse feito um mosh pela galera toda e tivessem devolvido ele pro palco, no caso, a minha cabeça. Eu esperava que o show fosse MODAFCUKINPRACARALHODEMAIS, mas, por causa do som, foi só MODAFUCKINPRACARALHO. Mesmo assim foi o terceiro melhor de todo o festival. Queria ter ficado mais na frente. Nunca mais achei o André depois do show, mas beleza, porque outros dois amigos tavam chegando.

Band of Horses
Eu não conhecia absolutamente nada da banda, mas fui porque já tava cansado de ficar perambulando. Quer dizer, acho que eu conhecia, ouvi alguma coisa antes do festival, sei lá. O que importa é que começou o show e eu ainda tava MUITO
pilhado do show do Cage, logo, eu queria outra apresentação enérgica, de ficar pulando, cantando e empurrando a gurizada toda. Não. O show do Band of Horses foi mais tranquilão. De se ouvir e curtir o som entrando. Mas, como eu disse, não era essa vibe que eu queria, então essa foi a minha visão desse show:

Que foi bem legal. A banda é boa, as músicas são daquelas de encher o peito e depois eu descobri que a Luísa Micheletti curte muito. Se eu tivesse descoberto isso antes, teria curtido muito mais pra parecer “olha, temos algo em comum, desce daí e vamos viver esse amor ouvindo Band of Horses”.
Peaches

Cara, o que aconteceu depois do Band of Horses eu não conseguia lembrar de jeito nenhum. Na viagem de volta pra Pelotas eu passei umas duas horas tentando lembrar até me atinar de pegar o treco que tinha o line-up e ver. Aí lembrei que a gente saiu e foi dar uma olhada no show da Peaches, mas eu interpretei mal a roupa dela e pensei que era um tipo de Lady Gaga. Pensei que a mina tava usando uma roupa bordada com CABEÇAS DE ALHO, mas na verdade eram peitos. Quando uma pessoa não consegue distinguir cabeças de alho de peitos é porque tem alguma coisa de errado na vida. Acho que vou procurar um especialista.
Foo Fighters

Algumas músicas depois o Dave apresentou os músicos e cada um fez um solo (bem fracos, por sinal). Obviamente todo o público gritou “Dave na bateria, Dave na bateria”, aí ele fez um charminho de adolescente e foi. Diferença brutal entre ele e o Taylor. Pronto, ficamos todos felizes e o show voltou à normalidade. Na hora de Best of You rolou aquela apreensão de ia rolar ou não o tão criticado flash-mob de cartazes com “OH OH”. Eu confesso que achei meio vergonha alheia, mas sei lá, na verdade deixa todo mundo se divertir do seu jeito, se todo mundo criticar qualquer atitude o planeta vai virar o lugar perfeito pra mina chata aquela. Enfim, sobre o que eu tava falando mesmo? Ah tá, Best of You. Nessa altura do campeonato eu já tinha me livrado da chatinha, mas tava do lado de uma criança de uns 14 anos minúscula e acompanhada dos pais, aí nem deu pra pular muito e eu fiquei paradinho curtindo o show e descansando um pouco.
Depois disso teve aquele momento CLÁSSICO que até hoje eu só vi a Legião Urbana tratar abertamente e falar “agora a gente vai sair ali um pouquinho, vocês gritam o nosso nome e a gente volta”. Na versão Foo Fighters esse momento foi preenchido com um vídeo direto do camarim num clima meio Zorra Total. Dave falando que iria tocar mais uma música e o Taylor atrás mostrando que seriam duas. Dave falando que, ok, tocaria mais duas e o Taylor pedindo três e por aí foi até que finalmente ficou claro que seriam mais cinco.
A volta foi épica. Talvez mais pra mim, porque eles tocaram Dear Rosemary, que é a minha predileta do disco novo e eu nem imaginava que fosse estar no show. Depois de babar o ovo do organizador do festival, o Dave babou o ovo da Joan Jett e chamou ela pro palco pra tocar Bad Reputation e I Love Rock N’Roll. Sensacional. Depois disso era só tocar Everlong e ir embora mesmo, o espetáculo tava completo.
Dá gosto ver uma banda com gosto pelo palco.
O que não deu tanto gosto foi a volta.
A Volta

Obviamente eu não fazia mais a menor ideia de onde meus amigos estavam, então segui o fluxo e fui em direção ao metrô MORRENDO DE SEDE DEUS DO CÉU QUE SEDE, mas tava sem dinheiro. Cheguei no hotel depois e botei a boca embaixo da torneira do banheiro risos. Tá, sem interrupções pra contar histórias futuras, vamos nos concentrar no lance da saída. Então segui o fluxo e fui em direção ao metrô. Chegando lá parecia que todo o festival tinha decidido voltar da mesma forma. E óbvio que os funcionários do metrô não esperavam aquele movimento faltando uma hora pra irem embora. Tava um lance meio The Walking Dead trocentas e vinte pessoas morrendo de cansaço tentando entrar no metrô por SETÊ catracas. Sendo que uma começou a funcionar só quando eu já tava perto. Sério, caro leitor, nunca pegue metrô após um evento grande no Jockey Club.