quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Sobre a tarde de hoje


Anna Kendrick, tuitaram na tarde de hoje que você cantou Bruno Mars. Talvez você não saiba, mas aqui em meu país o verbo “cantar” pode significar duas coisas. Além do sentido corriqueiro, pode significar que você está dando em cima de alguém. Fiquei muito triste por pensar que você estava dando em cima de Bruno Mars. Seria mais uma mulher bonita caindo nos braços desses caras com camisa xadrez, chapéu e violão tocando músicas simplórias. Felizmente o que aconteceu foi que as lágrimas em meus  olhos não me deixaram ler a manchete até o final: Você estava cantando Bruno Mars em um clipe da comédia musical que estrelará em breve.

Aliás, gostaria de falar um pouco sobre isso. Torço para que você ganhe muito dinheiro com esse filme, pois está complicado assistir até o fim aos clipes lançados até agora. Você é linda e canta legal, mas eu nunca vou conseguir entender esse universo dos musicais onde as pessoas  PARAM O QUE ESTÃO FAZENDO PARA COMEÇAR A CANTAAAAAAAAAR ♪ . Estou fazendo um esforço tamanho, mas está ainda mais complicado do que quando lançam um filme novo de Crepúsculo e eu tenho que assistir por sua causa. Você não acha que eu já estou merecendo uma recompensa por tantos anos de esforço? Sei lá, uma plaquinha em seu twitter dizendo que sou o funcionário do mês, ou quem sabe um beijo, não sei.

Quando eu descubro que você está em um filme que tá passando na TV de repente, nossa, é como quando eu estou em casa vendo Faustão em um domingo nublado e o sol aparece de repente. Melhor ainda é quando eu descubro que vai fazer um filme que eu tenho certeza que será bom. Como 50/50, Scott Pilgrim e Amor sem Escalas. Como eu amei você em Amor sem Escalas. Fiz inúmeras besteiras no trabalho só para ser demitido e poder lhe ver. Mas acontece que não era você e eu fiquei sem dinheiro por muito tempo.

Enfim, Anna, vou terminando por aqui pois não quero chegar ao ponto de ficar meloso e dizer que amo quando você tenta colocar seu cabelo volumoso para atrás da orelha, os seus dentes grandes, o jeito como fala muito rápido, mas não se atrapalha, quando levanta  uma sobrancelha, o fato de ter tido a maior sorte do mundo por amar vermelho e ficar extremamente linda quando veste essa cor.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ainda bem que existe o E.C. Pelotas




Deixei de ir ao cinema para ver o jogo de domingo contra o Juventude na Baixada. Tinha decidido que finalmente veria “Para Roma, com Amor”, do Woody Allen, um de meus prediletos. Embora uma de suas mais fracas, a atual fase do diretor é charmosíssima e “mão livre”. Allen já provou tudo o que precisava.

Fiz essa escolha porque estava com saudade de ver o meu Brasil disputando uma partida de verdade. Fui na outra semana assistir ao jogo contra o Inter de Santa Maria e vocês me entendem agora. Cheguei na metade do primeiro tempo, quando tudo ia bem e o time jogava melhor que o Juventude. Seja porque sou pé frio ou não, a partir daí foi só desastre, como todos sabem.

Saí do estádio com claro e totalmente justificável abatimento. Meu Brasil não voltará para a Série C esse ano e em 2013 muito provavelmente não disputará competições nacionais. Muitas perguntas me vieram a cabeça. Para onde o Brasil está indo? Existe alguém no comando desse trajeto a lugar nenhum? Quando o Xavante irá sair dessa fase que, ao contrário da vivida por Woody Allen, é fraca e nada charmosa? Quando irá parar (odeio a palavra parará) de me decepcionar? Acontece que, desde 2004, quando ainda com Milar e Marcos Tora o Brasil voltou à elite do Gauchão, o torcedor xavante não tem grandes felicidades. No máximo flashs de segundos em meio a uma total escuridão. Como quando empatou aquele jogo contra o América de Minas pela Série C e, por alguns minutos, estava subindo para a B. Ou ainda esse ano, quando o Passo Fundo empatou com o São Paulo e o Brasil estava passando de fase na Segundona.  Porém, em meio a todo esse limbo sem fim vivido pelo Xavante, existe uma luz verdadeira. Existe um banho de sol.

O Brasil não perde para o E.C. Pelotas há muito tempo e parece que vai permanecer assim por mais ainda. Até mesmo no clássico de ontem, com o rival jogando em casa e supostamente favorito, o Brasil quase saiu com uma vitória, não fosse um pênalti totalmente infantil cometido por Éder Silva. Mesmo com um dos piores times da história de seus segundos semestres, o Xavante conseguiu se manter sem perder do rival há séculos. Mesmo com um dos piores times da história de seus segundos semestres, o Xavante conseguiu manter essa alegria. O E.C. Pelotas não foi feito para vencer Bra-Pel. Foi feito para algo muito maior: Trazer alegrias para o Brasil, função deveras honrosa! É como se o time da avenida fosse um comediante – e dos bons! - responsável por trazer leveza a ambientes sombrios e pesados. Poucas coisas na vida são tão boas quanto fazer alguém feliz e os torcedores áureo-cerúleos devem se orgulhar dessa função tão espetacular exercida pelo seu clube do coração. É como se o E.C. Pelotas fosse um Doutor da Alegria e o Brasil  um doente. Como se fosse aquele personagem vivido pelo Robin Wlliams.

Obrigado por existir, E.C. Pelotas. Parabéns pela importante função exercida. Longa vida.