domingo, 30 de março de 2014

Sobre Nirvana e How I Met Your Mother



Estou escrevendo para o jornal um texto sobre o fim de How I Met Your Mother (e já ia colocar o nome da série em itálico pela força do hábito, é o jornalismo começando a ganhar da literatura, talvez). É um texto – ainda inacabado, então pode mudar muito – ironicamente melancólico, mas com toda a verdade que só uma brincadeira tem.
É tudo muito apocalíptico ali, e parece meio besta tratar o fim de um produto audiovisual desta forma, mas faz parte daquela besteira nossa de cada dia totalmente necessária para que a vida faça sentido. E acho besta mesmo as pessoas reclamarem de pessoas que reclamam do fim de seriados. Não por eu pertencer a este último grupo, mas por simplesmente achar ridículo as pessoas considerarem que apenas aquilo que consideram importante faz parte do conjunto de coisas a que o mundo deve seu inexistente equilíbrio. Mas aí eu já estou falando de The Big Bang Theory (e coloquei em itálico de novo, sério, eu preciso parar com isso) e isso tudo daria outro texto que posso fazer em outro momento sem problemas.
Do que eu tava falando mesmo? Ah tá. Enfim, eu resolvi usar como trilha sonora para a construção daquele texto (e também desse) o Nevermind do Nirvana (hesitei um pouco menos sobre o itálico dessa vez). Por dois principais motivos: Primeiro porque Nirvana é do caralho. Segundo porque a banda de Kurt Cobain tem uma urgência em cada riff (merda, já coloquei o itálico de novo), em cada segundo da voz. É tudo arrastado até gastar como se o mundo fosse acabar no próximo instante. A minha música predileta desse disco, pelo menos hoje, é Lounge Act (sério, alguém trava a opção do itálico nesse computador PELO AMOR DE DEUS) e ela é um ótimo exemplo disso. Cobain diz tudo o que precisa ali em um minuto, mas repete a melodia de novo como quem diz “isso está tão bom, me faz tão estranhamente bem, não consigo entender essa sensação, mas o mundo está acabando, não tenho tempo para pensar, quem sabe se repetir rapidinho pode dar”.
É mais ou menos assim que eu estou lidando com o fim de How I Met Your Mother e é mais ou menos assim que a série me toca. Citei na matéria para o jornal O Amor Acaba, texto sublime de um dos meus grandes mestres da escrita, Paulo Mendes Campos. O amor acaba mesmo, tudo acaba. As pessoas vão morrer. A sua vontade de ter filhos vai ser interrompida de um segundo para outro porque você é estéril. A pessoa com quem você há dez anos mantém o mais estável dos relacionamentos vai resolver mudar de cidade e de corte de cabelo. Aquela sua fase despreocupada, mas que você sempre precisou usar uma armadura para não encarar a realidade vai acabar quando o amor, que um dia vai acabar, lhe arrebatar. A sua série predileta, após nove anos, vai chegar a seu final.
Best night ever
E tem que chegar. A morte é, provavelmente, o elemento mais importante de equilíbrio no mundo. Imagine se ninguém morresse. Não teria espaço para todo mundo. Não teria comida para todo mundo. O Natal em família seria péssimo. O mundo seria insustentável sem a morte. Pense comigo aqui com nossos botões. Se Friends (itálico maldito!!), House, Gilmore Girls, Pushing Daisies (essa morreu cedo demais) e The OC não tivessem morrido, quantas séries você teria de administrar para ver ao mesmo tempo? Eu contei dez de cabeça só das que acabaram. Contanto com as que ainda estão sendo produzidas (conto How I Met Your Mother aqui), passaria de quinze. Fora aquelas de mesmos produtores. Se The OC não tivesse morrido, Chuck seria produzida? Nunca.
O desapego também é extremamente importante. É necessário abandonar algumas séries pelo caminho, para que outras possam tomar o espaço. Eu vi três episódios de Glee. Achei muito ruim, odeio musicais, não sei como as pessoas conseguem parar o que estão fazendo e simplesmente começarem a cantar. Abandonei The Mentalist tem um ano e meio, mais ou menos (vi as duas primeiras temporadas). Isso contribuiu para que eu tivesse tempo para começar a ver, à época, Lie to Me e Community, hoje duas das minhas séries prediletas de todos os tempos.
Por fim, amigos fãs de How I Met Your Mother, é preciso lidar com a morte do jeito que a série nos ensinou. É claro que o nascimento de um filho não vai substituir o falecimento totalmente inesperado de um pai. Não é nem mesmo esse o objetivo. Cada série toca de um jeito e tem um objetivo diferente. Não vejo Bates Motel pelos mesmos efeitos que me causa 30 Rock. Mas o luto passa. E, enquanto o fim do mundo não chega, arraste até gastar. Gaste tudo o que How I Met Your Mother tem para lhe oferecer. 

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Sobre como eu acompanhei o Brapel 357

Não deu pra ir naquele Brapel em que o Brasil tomou 3. Altas treta, mas o que dá pra dizer é que não deu. Resolvi escutar pelo rádio, azar, torcedor de verdade torce até pelo radinho, não tem essa de que só torce de verdade quem vai pro estádio. Tá, liguei na U U U PAU NO CU DA RU quando cheguei em casa, já tinha um tempo de jogo. Aí o Pelotas fez um gol. Sei lá, acho que foi aquele Bruno Coutinho.

PAUSA NO TEXTO PARA CONTAR O QUÃO SUPERSTICIOSO EU SOU.
Pra vocês terem uma ideia, teve uma época em que eu proibi o meu pai de acompanhar os jogos do Brasil. Não, não é proibir de ir no estádio. Também não é de ir no estádio e ver na TV. Nem no rádio eu deixava. Inclusive teve uma vez em que eu escondi o radinho dele e o coitado só vai ficar sabendo disso nesse momento. Acho que se possível eu deixaria meu pai recluso em uma masmorra durante as partidas. Antes que vocês me julguem, devem saber que eu tô coberto de razão. Cobertíssimo. Meu pai não ia no estádio há tempos e voltou naquele jogo contra o América de Minas. No jogo contra o Juventude pela Copinha do ano passado, o Brasil tava ganhando de 1 a 0, ele chegou em casa e o Ju empatou. Ele saiu pra levar os cachorros lá embaixo e o Brasil botou uma bola na trave. Ele voltou e o time de Caxias fez o segundo. No jogo da Segundona esse ano em que o Xavante só precisava do 0 a 0 contra o Riograndense, ele inventou de me ligar e o Cirilo fez um pênalti. A coisa é nesse nível. E não é só com o Brasil. Todo e qualquer time que ele venha a torcer é automaticamente infestado pela urucubaca. Torceu pro Grêmio naquele jogo contra
 o Juventude na Arena. O bagulho é seríssimo e eu realmente fico puto quando ele descumpre as minhas recomendações.
Mas não é só no futebol. Eu não passo embaixo de escada, por exemplo. Eu sempre tento encostar o pé direito primeiro do que o esquerdo quando eu acordo. Se eu vejo que encostei o esquerdo primeiro é uma tristeza. Também sempre acho que há uma conspiração contra mim em curso. Tá, mas esse texto não é sobre isso.
FIM DA PAUSA NO TEXTO PRA CONTAR O QUÃO SUPERSTICIOSO EU SOU.

O que aconteceu foi que eu ouvi o jogo inteiro pelo rádio e comecei a achar que, então, a justificativa estava toda aí. Desculpa de torcedor fanático ou não, pra mim tinha sido esse o problema. Aí chegou o dia do Brapel de ontem, o segundo da final do segundo turno da Sul-Fronteira. E eu de novo não pude ir. Altas treta, mas o que dá pra dizer é que não deu. Então pensei comigo mesmo: “Fudeu”. Se eu não acompanhar o jogo, morro. Se ouvir pelo rádio, morremos eu e o Brasil. Foi aí que me veio a melhor ideia de todos os tempos. Uma ideia que vai revolucionar o mundo das pessoas paranoicas com bobagens. Uma ideia que veio para acabar com a superstição. Uma ideia que veio para fazer com que meu pai possa voltar a acompanhar os jogos do Brasil.
Para os que não sabem, eu moro relativamente perto da Baixada e dá pra ouvir os gritos da torcida nitidamente daqui. Tá, isso não é muito difícil, tem um amigo meu que mora do lado de lá da Bento e disse que escuta a do Brasil e a do Pelotas não. Mas enfim, o fato é que daqui eu escuto. Pensei comigo mesmo: Vou acompanhar essa birosca pelos gritos das duas torcidas. E foi o que eu fiz. Desliguei tudo o que poderia fazer som na casa, deixando somente o computador ligado. Abri a janela do quarto, a mais perto do estádio em todo o apartamento. Mano, que vento do cão que tem feito nos últimos dias. E sabe que na minha janela é pior? Não sei o que acontece, parece que canaliza o vento, sei lá. Tá, deixei a janela aberta muito embora o vento estivesse mais forte do que Nescau 2.0. Com o decorrer do jogo fui identificando quais barulhos vinham da torcida do Brasil e quais da torcida do Pelotas. Gritos mais altos do Brasil, as batidas das duas charangas, essas coisas. Aí começou a apreensão. Se acontece do Pelotas fazer um gol, eu não sei o que faço. Não dá pra ir no jogo, não dá pra ouvir pelo rádio, não dá pra acompanhar pelos gritos. Como que eu ia fazer a partir dali? Não daria pra continuar vivendo caso o Pelotas fizesse um gol.
Aí Deus mandou um salvador. Um homem com a missão de trazer a paz ao mundo através de gols. Amigos, o nervosismo estava grande. A cada barulho mais fraco porém feliz e contínuo eu achava que já tinha se ido a carroça com os boi tudo. Mas de repente um estouro. Gritos fortes, contínuos e seguidos de um “ÔÔÔÔ TOMAR NO CU LOBÔÔÔ”. Era gol do Brasil. Só poderia ser. E havia sido. Joelson abrira o placar. Que felicidade. Tomar no cu, Lobô.
Segui atento aos gritos, agora praticamente concentrados nos de origem xavante. Daí lembrei que tinha marcado de às 22:30 dar uma banda com o Pedrinho, meu amigo que não gosta de futebol e foi engraçado que ele nem sabia da existência de um Brapel quando me chamou. Segue o diálogo:

Leon Sanguiné
fui lá levar um pendrive pra bia
vamo sim
que horas?

https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/y4/r/-PAXP-deijE.gif5/11/2013 20:34
Pedro San Martin
umas dez?
pode ser?

5/11/2013 20:35
Leon Sanguiné
dez e meia então
que aí dá tempo de acabar o brapel raiuohasui
mas pode chegar qualquer hora, na verdade

https://fbstatic-a.akamaihd.net/rsrc.php/v2/y4/r/-PAXP-deijE.gif5/11/2013 20:35
Pedro San Martin
aheahahe
blz
mais tarde passo ai então
mas vou umas dez e meia mesmo
fica melhor pra mim também

Nisso já eram umas 22h e eu nem tinha tomado banho ainda. E, acreditem, eu precisava de um banho. Qual a solução, então? Com o barulho do chuveiro não vai dar pra ouvir os gritos. Foda-se a saúde. Abri a janela do banheiro. O vento. Eu molhado. Começou a tosse. E aí veio um segundo grito mais alto. ÔÔÔ TOMAR NO CU, LOBÔÔÔ. Amigos, eu tava ensaboado, mas pulei dentro do box. E gritei na janela, provavelmente com xampu na cabeça. Tomar no cu, Lobô.
Eu juro que não demoro muito no banho. Não necessariamente por questões ambientais, é só que eu não vejo muito o que fazer lá dentro mesmo (e nesse caso havia uma janela aberta com bastante vento vindo direto em minhas costas molhadas e totalmente propícias a resfriados), mas deu tempo de ouvir outro grito contínuo. Era certamente outro gol, ou quem sabe um pênalti. Parecia mais baixo, mas eu me recusava a acreditar que era gol do Pelotas. Talvez o barulho do chuveiro esteja confundindo um pouco. Nem me vesti. Me sequei mal e porcamente e fui direto pro computador pra ver o que tinha acontecido. De fato havia sido gol áureo-cerúleo.
Aí, meu amigo.
Aí foi teste pra cardíaco.
Qualquer barulhinho mais contínuo eu achava que era gol de empate do Pelotas. E eu não conseguiria viver num mundo onde o Pelotas ganharia um título no Bento Freitas.
Aí o Pedro chegou, e achou um saco ficar esperando o jogo acabar sem nem poder conversar pra passar o tempo, já que eu não tava nem aí pro amigo, queria saber era do jogo mesmo.
Sem exagero, eu devo ter achado ser gol do Pelotas umas vinte vezes. E cada vez que a charanga deles se sobressaía à nossa eu já achava que era lance de perigo. Até que eu ouvi um longo, forte e derradeiro grito. Era o fim de jogo. Era a vitória do Brasil. Era a garantia de que semana que vem tem mais.
Puta que pariu, semana que vem eu não tô em Pelotas.
Concluindo:  eu não aconselho pra ninguém essa experiência. Só em casos realmente extremos, como foi esse meu. É a pior forma de acompanhar um jogo de futebol desde sempre, sem a menor sombra de dúvidas.


Ah, e o meu pai não acompanhou o jogo.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sobre necessitar da vitória do Brasil de Pelotas hoje


Olha, vocês não devem saber, mas a minha vida anda meio borocoxô nos últimos tempos. Vamos botar ali de novembro até o presente dia o nosso querido Deus não tem rogado por mim. São várias coisas, não tem porque contar aqui, enfim, são várias coisas. Só o que dá pra dizer é que se eu fosse um personagem, seria aquelenáufrago do protetor de tela clássico do final dos anos 90/início dos 00. Meu cachorro morreu, por exemplo. Tá bem ruim. 

Infelizmente, como em tudo na minha vida, eu não consigo tratar o futebol como algo passageiro. Algo que dói e passa, que dá pra apagar com borracha. Levo muito a sério, me julguem. Infelizmente também torço para um dos times menos recomendados para pessoas como eu, que sofrem com desilusões e passam dias a pensar que não haverá mais dias pela frente. Torço para o time que precisava empatar um jogo contra o lanterna do campeonato e foi goleado. Torço para o time que teve um pênalti a seu favor em uma decisão, mas o cobrador jogou nas nuvens. Torço para o time que, certa vez, estava eu em uma aula da faculdade escutando o jogo e, por este já estar favoravelmente resolvido, resolvi desligar o rádio. No final, ao ligar, percebi que a equipe adversária havia feito um gol no último minuto. Sim, amigos, eu torço para o Brasil de Pelotas, esse time cuja história de azar pode ser comparada apenas, talvez, a do Botafogo. Esse time que mais parece inimigo eterno de Sobrenatural de Almeida. É muito difícil ser um torcedor fanático do Xavante por esse motivo: Não é o caso de nada dar certo. É o caso de as coisas darem certo até os 49 do segundo tempo, ou ainda estarem se encaminhando para um desfecho positivo por dois segundos, mas depois tudo termina errado novamente. Claro, ao mesmo tempo é magnífico estar na arquibancada do Bento Freitas acompanhando desde estreias em Segundonas até decisões como a desta noite.

O jogo de hoje representa muito mais do que aquilo que vem sido falado, de serem dois clubes históricos da zona sul do estado, dois clubes com torcida, já que ultimamente apenas times sem grandes aficionados tem se dado bem na segunda divisão gaúcha (a equipe do Riograndense, até então melhor campanha da competição, tinha nos Eucaliptos domingo passado mais torcedores com camisas do Grêmio do que qualquer outra).

Vai muito mais além. Vale a minha felicidade. Desde que o Brasil se classificou para as semifinais eu tenho depositado todas as minhas fichas nesta equipe. Tem dado certo, até agora. Quando Gustavinho fez aquele gol de cobertura totalmente fora das regras da Segundona eu senti que tudo desabaria novamente. Não bastava tudo de errado dando na minha vida, o Xavante também me daria tristeza. “Devo ter colado chiclete na cruz”, logo pensei. “Na minha vida passada eu devo ter sido um ditador sanguinário e agora estou pagando meus pecados”, pensei depois. Mas eis que surge um herói. Um cavaleiro meio acima do peso, mas ainda sim um salvador. Éder Machado, amigos. Éder Machado fez com que eu não cortasse meus pulsos ao chegar em casa. Por uma semana, é verdade, mas reacendeu as minhas esperanças de que algo de bom pode acontecer em breve. E pode ser hoje.

Por isso peço, queridíssimos jogadores do Grêmio Esportivo Brasil, joguem com raça, joguem com amor, joguem pelo Xavante e, principalmente, joguem por mim. 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Sobre o nada


Estava aqui fazendo nada e o aleatório do Winamp botou pra tocar Anna Júlia. Sei lá, isso não tem nada a ver, só achei esquisito mesmo. Anna Júlia, assim do nada. Sou um grande fã da música, btw, não entendo o porquê de os fãs de Los Hermanos a criticarem tanto. A única parte ruim de Anna Júlia é quando você é DJ de uma festa, coloca ela pra tocar, no calor do momento decide deixar no mudo durante um “ô Anna Júliaaa” pra todo mundo cantar e ficar uma coisa bonita, mas acabar sem querer apertando no pause e estragar tudo, rendendo até algumas injustíssimas vaias. Não que isso tenha acontecido comigo. Foi com um amigo meu.

É uma droga quando isso acontece. Você fica pensando “poxa, tava indo tudo tão bem, era só seguir na linha, a música acaba todo mundo fica feliz, coloca outra música e fim”. Pensa nas coisas erradas todas da vida, mas que droga, o show da Fiona Apple ia ser tão legal, a Ruffles não vai fazer o sabor Milho na manteiga nesse verão, eu deveria ter apresentado meu TCC, eu deveria ter aguentado o desvio de função no trabalho. Começa meio que a passar aquela música chata dos Titãs na cabeça.

Uaaaaaaah, tô ficando com sono, o Winamp passou pra uma música meio chata agora. Vou trocar por uma um pouco mais agitadinha. Tomara que eu não me arrependa disso. Ah, tava tão bom naquele marasmo todo, dava uns 15 minutos e era cama, agora vou ficar sem sono até às cinco de novo. Vocês não acham que às vezes o maior problema da insônia é que a gente fica pensando muito nela? Tipo calculando quanto tempo ainda terá de sono se conseguir dormir nesse exato momento. Não, mas eu ainda preciso de uns 10 minutos pra dormir MESMO, então tem que descontar.

Nossa, que texto de merda. Sobre o nada. E nem acabou ainda, vocês têm de concordar comigo que esse texto (AE MARAVILHA, O WINAMP BOTOU THE CURE PRA TOCAR) ainda não terminou. Não teve ainda aquela frase que mesmo sem saber você sabe que significa que o texto tá no fim. Tipo quando só sobraram uns pedaços quebrados de Ruffles no pacote.
Sério, Ruffles. Milho na Manteiga.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sobre o xaveco na internet: Uma abordagem histórica (Parte 1)

PARTE 1: Do IRC ao MSN

Acho que esse mouse não funciona de verdade

Tenho favoritado muitos tweets de molières interessantes. Interessantes por vários motivos, por o papo ser bom, por serem bem-humoradas, por serem bonitas ou simplesmente por serem perfumadas. É um tipo de impulso do meu coração. Acho que se fossem tweets escritos por homens não surtiriam tanto efeito. Mas eu também favorito tweets de caras.


Para mim o botão de favoritar é o lance mais legal da rede social mais legal atualmente, o Twitter. Isso porque tem várias utilidades, vários tipos de interpretação para um mesmo gesto. O simples ato de favoritar pode significar que o usuário deseja guardar aquela publicação por achá-la bacana (ou engraçada), que o usuário quer mostrar a frase ali escrita pra outra pessoa não online no momento, ou como eu (e sei que vocês também), que às vezes utilizo esta ferramenta como forma de chamar a atenção das gatas.

É um esquema que já está presente há muitos anos (já dá pra dizer décadas) nas redes sociais, desde antes desta denominação ser amplamente difundida. Não utilizei muito o ICQ, então não sei como funcionava por lá, mas no IRC já se via algo do tipo. Entrar no mesmo canal de uma pessoa interessante já era uma forma de dizer “oi, não se esqueça de mim”. Funcionava muito pouco, na verdade. Era um conceito muito abstrato ainda àquela época. Talvez por estarem começando nessa história de xavecar uns aos outros através de uma tela de computador, os jovens não sabiam direito com fazer. Mas era assim que faziam. Aquela gata não veio falar com você? Sai e entra de novo no canal que ela vai ver que você está ali. A não ser que ela já soubesse disso e simplesmente não tivesse interesse, aí era caso perdido. Só partindo pra outra.

Mais pra frente um pouco, quando o Orkut ganhou terreno na disputa com IRC (a disputa era ferrenha até que o site deixou de ser restrito a convidados), esta ferramenta também precisou ser migrada. E arrisco dizer que esta migração foi a principal responsável pela última pá de cal no IRC. Nos primórdios do Orkut, a principal forma de lembrar a sua existência para uma pessoa especial se baseava em simplesmente fazer login na rede social. Poucas pessoas não sabem, mas aquele grupo de nove amigos no canto direito superior da tela não era escolhido aleatoriamente; eram as nove últimas pessoas a logar no Orkut. Assim a ferramenta era utilizada até meados de 2006. Funcionava como uma espécie de luz acesa numa janela do prédio em frente durante a madrugada. “Estou aqui também”. Mas era um pouco sutil demais. Os galanteadores da internê precisavam ser mais incisivos.

No orkut era sempre hora de entrar no jogo da conquista

Foi aí que surgiu uma das ferramentas mais contraditórias, polêmicas e apaixonantes da história das redes sociais: O marcador de visualizações de perfil. Na época foi uma comoção nacional. É o fim da privacidade na internet. Orkut já não é mais o mesmo. Orkut ta com os dias contatos. O mundo vai acabar. Fora Bush. Claro que era um absurdo aquilo tudo. Você não poderia mais passar uma semana inteira de butuca no scrapbook daquela pessoa que conheceu quando tava olhando o scrapbook de outra pessoa. Mas tudo poderia continuar como antes. Era só desativar o visualizador e seguir com a vida. Mas a tentação era grande, não era, jovem? Você queria saber qual gata(o) tinha dado uma bisuca nas suas fotenhas. Surgiu na época até um programa que possibilitava ver quem visualizava seu perfil sem que os outros fizessem o mesmo, mas era um vírus que roubava a senha dos usuários. Mas aí, provavelmente na histórica comunidade do Grêmio, a malemolência clássica da internet começou a criar vida também neste âmbito.
Apesar de todos os pontos negativos já citados anteriormente neste texto que já ta meio grande e por isso eu vou tentar falar um pouco menos, o visualizador poderia ser um grande aliado na eterna arte da conquista cibernética. Poderia ser aquele amigo que conta para a mina que você está a fim. Quando aparecer nas visualizações do perfil de uma pessoa se tornou sinônimo de quero te pegar, o visualizador se tornou o grande catalisador de relacionamentos. Era olhar o perfil da gata, a gata olhar de volta, mandar um smile pelo scrapbook e partir para o abraço. Aí foi só terminar a contagem e comemorar o nocaute no IRC. Como em Tropa de Elite 2, o inimigo agora era outro. Na verdade não tem muito a ver com Tropa de Elite 2. Mas o inimigo agora era outro mesmo.

PARTE 2: Do Facebook ao Twitter

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sobre um descanso do TCC

Xdgvhjk,kmjnbgvfcdsdfghkjlmnhbgvfcdsdfkljnbgvfde456yujmnbgfdcgtjyukgftyukl gftyuklnm bvgfhjyukmjhyuksdrfthyujkjmhngvfd!!!!
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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Sobre a tarde de hoje


Anna Kendrick, tuitaram na tarde de hoje que você cantou Bruno Mars. Talvez você não saiba, mas aqui em meu país o verbo “cantar” pode significar duas coisas. Além do sentido corriqueiro, pode significar que você está dando em cima de alguém. Fiquei muito triste por pensar que você estava dando em cima de Bruno Mars. Seria mais uma mulher bonita caindo nos braços desses caras com camisa xadrez, chapéu e violão tocando músicas simplórias. Felizmente o que aconteceu foi que as lágrimas em meus  olhos não me deixaram ler a manchete até o final: Você estava cantando Bruno Mars em um clipe da comédia musical que estrelará em breve.

Aliás, gostaria de falar um pouco sobre isso. Torço para que você ganhe muito dinheiro com esse filme, pois está complicado assistir até o fim aos clipes lançados até agora. Você é linda e canta legal, mas eu nunca vou conseguir entender esse universo dos musicais onde as pessoas  PARAM O QUE ESTÃO FAZENDO PARA COMEÇAR A CANTAAAAAAAAAR ♪ . Estou fazendo um esforço tamanho, mas está ainda mais complicado do que quando lançam um filme novo de Crepúsculo e eu tenho que assistir por sua causa. Você não acha que eu já estou merecendo uma recompensa por tantos anos de esforço? Sei lá, uma plaquinha em seu twitter dizendo que sou o funcionário do mês, ou quem sabe um beijo, não sei.

Quando eu descubro que você está em um filme que tá passando na TV de repente, nossa, é como quando eu estou em casa vendo Faustão em um domingo nublado e o sol aparece de repente. Melhor ainda é quando eu descubro que vai fazer um filme que eu tenho certeza que será bom. Como 50/50, Scott Pilgrim e Amor sem Escalas. Como eu amei você em Amor sem Escalas. Fiz inúmeras besteiras no trabalho só para ser demitido e poder lhe ver. Mas acontece que não era você e eu fiquei sem dinheiro por muito tempo.

Enfim, Anna, vou terminando por aqui pois não quero chegar ao ponto de ficar meloso e dizer que amo quando você tenta colocar seu cabelo volumoso para atrás da orelha, os seus dentes grandes, o jeito como fala muito rápido, mas não se atrapalha, quando levanta  uma sobrancelha, o fato de ter tido a maior sorte do mundo por amar vermelho e ficar extremamente linda quando veste essa cor.