quinta-feira, 16 de maio de 2013

Sobre necessitar da vitória do Brasil de Pelotas hoje


Olha, vocês não devem saber, mas a minha vida anda meio borocoxô nos últimos tempos. Vamos botar ali de novembro até o presente dia o nosso querido Deus não tem rogado por mim. São várias coisas, não tem porque contar aqui, enfim, são várias coisas. Só o que dá pra dizer é que se eu fosse um personagem, seria aquelenáufrago do protetor de tela clássico do final dos anos 90/início dos 00. Meu cachorro morreu, por exemplo. Tá bem ruim. 

Infelizmente, como em tudo na minha vida, eu não consigo tratar o futebol como algo passageiro. Algo que dói e passa, que dá pra apagar com borracha. Levo muito a sério, me julguem. Infelizmente também torço para um dos times menos recomendados para pessoas como eu, que sofrem com desilusões e passam dias a pensar que não haverá mais dias pela frente. Torço para o time que precisava empatar um jogo contra o lanterna do campeonato e foi goleado. Torço para o time que teve um pênalti a seu favor em uma decisão, mas o cobrador jogou nas nuvens. Torço para o time que, certa vez, estava eu em uma aula da faculdade escutando o jogo e, por este já estar favoravelmente resolvido, resolvi desligar o rádio. No final, ao ligar, percebi que a equipe adversária havia feito um gol no último minuto. Sim, amigos, eu torço para o Brasil de Pelotas, esse time cuja história de azar pode ser comparada apenas, talvez, a do Botafogo. Esse time que mais parece inimigo eterno de Sobrenatural de Almeida. É muito difícil ser um torcedor fanático do Xavante por esse motivo: Não é o caso de nada dar certo. É o caso de as coisas darem certo até os 49 do segundo tempo, ou ainda estarem se encaminhando para um desfecho positivo por dois segundos, mas depois tudo termina errado novamente. Claro, ao mesmo tempo é magnífico estar na arquibancada do Bento Freitas acompanhando desde estreias em Segundonas até decisões como a desta noite.

O jogo de hoje representa muito mais do que aquilo que vem sido falado, de serem dois clubes históricos da zona sul do estado, dois clubes com torcida, já que ultimamente apenas times sem grandes aficionados tem se dado bem na segunda divisão gaúcha (a equipe do Riograndense, até então melhor campanha da competição, tinha nos Eucaliptos domingo passado mais torcedores com camisas do Grêmio do que qualquer outra).

Vai muito mais além. Vale a minha felicidade. Desde que o Brasil se classificou para as semifinais eu tenho depositado todas as minhas fichas nesta equipe. Tem dado certo, até agora. Quando Gustavinho fez aquele gol de cobertura totalmente fora das regras da Segundona eu senti que tudo desabaria novamente. Não bastava tudo de errado dando na minha vida, o Xavante também me daria tristeza. “Devo ter colado chiclete na cruz”, logo pensei. “Na minha vida passada eu devo ter sido um ditador sanguinário e agora estou pagando meus pecados”, pensei depois. Mas eis que surge um herói. Um cavaleiro meio acima do peso, mas ainda sim um salvador. Éder Machado, amigos. Éder Machado fez com que eu não cortasse meus pulsos ao chegar em casa. Por uma semana, é verdade, mas reacendeu as minhas esperanças de que algo de bom pode acontecer em breve. E pode ser hoje.

Por isso peço, queridíssimos jogadores do Grêmio Esportivo Brasil, joguem com raça, joguem com amor, joguem pelo Xavante e, principalmente, joguem por mim. 

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