Deixei de ir ao cinema para ver o jogo de domingo contra o
Juventude na Baixada. Tinha decidido que finalmente veria “Para Roma, com Amor”,
do Woody Allen, um de meus prediletos. Embora uma de suas mais fracas,
a atual fase do diretor é charmosíssima e “mão livre”. Allen já provou tudo o
que precisava.
Fiz essa escolha porque estava com saudade de ver o meu Brasil
disputando uma partida de verdade. Fui na outra semana assistir ao jogo contra
o Inter de Santa Maria e vocês me entendem agora. Cheguei na metade do primeiro
tempo, quando tudo ia bem e o time jogava melhor que o Juventude. Seja porque
sou pé frio ou não, a partir daí foi só desastre, como todos sabem.
Saí do estádio com claro e totalmente justificável
abatimento. Meu Brasil não voltará para a Série C esse ano e em 2013 muito
provavelmente não disputará competições nacionais. Muitas perguntas me vieram a
cabeça. Para onde o Brasil está indo? Existe alguém no comando desse trajeto a
lugar nenhum? Quando o Xavante irá sair dessa fase que, ao contrário da vivida
por Woody Allen, é fraca e nada charmosa? Quando irá parar (odeio a palavra
parará) de me decepcionar? Acontece que, desde 2004, quando ainda com Milar e
Marcos Tora o Brasil voltou à elite do Gauchão, o torcedor xavante não tem
grandes felicidades. No máximo flashs de segundos em meio a uma total
escuridão. Como quando empatou aquele jogo contra o América de Minas pela Série
C e, por alguns minutos, estava subindo para a B. Ou ainda esse ano, quando o
Passo Fundo empatou com o São Paulo e o Brasil estava passando de fase na Segundona. Porém, em meio a todo esse limbo sem fim
vivido pelo Xavante, existe uma luz verdadeira. Existe um banho de sol.
O Brasil não perde para o E.C. Pelotas há muito tempo e
parece que vai permanecer assim por mais ainda. Até mesmo no clássico de ontem,
com o rival jogando em casa e supostamente favorito, o Brasil quase saiu com
uma vitória, não fosse um pênalti totalmente infantil cometido por Éder Silva. Mesmo com um dos piores times da história de seus segundos semestres, o Xavante conseguiu se manter sem perder do rival há séculos. Mesmo com um dos piores times da história de seus segundos semestres, o Xavante conseguiu manter essa alegria. O E.C. Pelotas não foi feito para vencer Bra-Pel. Foi feito para algo muito maior: Trazer
alegrias para o Brasil, função deveras honrosa! É como se o time da avenida
fosse um comediante – e dos bons! - responsável por trazer leveza a ambientes
sombrios e pesados. Poucas coisas na vida são tão boas quanto fazer alguém
feliz e os torcedores áureo-cerúleos devem se orgulhar dessa função tão
espetacular exercida pelo seu clube do coração. É como se o E.C. Pelotas fosse
um Doutor da Alegria e o Brasil um doente. Como se fosse aquele personagem
vivido pelo Robin Wlliams.
Obrigado por existir, E.C. Pelotas. Parabéns pela importante
função exercida. Longa vida.
É isso ai!!!!!!!!!! Xavante neles!!!!
ResponderExcluirQue baita texto! Nem te conheço, vim parar aqui por acaso, mas fiquei muito impressionada...
ResponderExcluirE sou xavante, óbvio hahahahhaha
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