quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ainda bem que existe o E.C. Pelotas




Deixei de ir ao cinema para ver o jogo de domingo contra o Juventude na Baixada. Tinha decidido que finalmente veria “Para Roma, com Amor”, do Woody Allen, um de meus prediletos. Embora uma de suas mais fracas, a atual fase do diretor é charmosíssima e “mão livre”. Allen já provou tudo o que precisava.

Fiz essa escolha porque estava com saudade de ver o meu Brasil disputando uma partida de verdade. Fui na outra semana assistir ao jogo contra o Inter de Santa Maria e vocês me entendem agora. Cheguei na metade do primeiro tempo, quando tudo ia bem e o time jogava melhor que o Juventude. Seja porque sou pé frio ou não, a partir daí foi só desastre, como todos sabem.

Saí do estádio com claro e totalmente justificável abatimento. Meu Brasil não voltará para a Série C esse ano e em 2013 muito provavelmente não disputará competições nacionais. Muitas perguntas me vieram a cabeça. Para onde o Brasil está indo? Existe alguém no comando desse trajeto a lugar nenhum? Quando o Xavante irá sair dessa fase que, ao contrário da vivida por Woody Allen, é fraca e nada charmosa? Quando irá parar (odeio a palavra parará) de me decepcionar? Acontece que, desde 2004, quando ainda com Milar e Marcos Tora o Brasil voltou à elite do Gauchão, o torcedor xavante não tem grandes felicidades. No máximo flashs de segundos em meio a uma total escuridão. Como quando empatou aquele jogo contra o América de Minas pela Série C e, por alguns minutos, estava subindo para a B. Ou ainda esse ano, quando o Passo Fundo empatou com o São Paulo e o Brasil estava passando de fase na Segundona.  Porém, em meio a todo esse limbo sem fim vivido pelo Xavante, existe uma luz verdadeira. Existe um banho de sol.

O Brasil não perde para o E.C. Pelotas há muito tempo e parece que vai permanecer assim por mais ainda. Até mesmo no clássico de ontem, com o rival jogando em casa e supostamente favorito, o Brasil quase saiu com uma vitória, não fosse um pênalti totalmente infantil cometido por Éder Silva. Mesmo com um dos piores times da história de seus segundos semestres, o Xavante conseguiu se manter sem perder do rival há séculos. Mesmo com um dos piores times da história de seus segundos semestres, o Xavante conseguiu manter essa alegria. O E.C. Pelotas não foi feito para vencer Bra-Pel. Foi feito para algo muito maior: Trazer alegrias para o Brasil, função deveras honrosa! É como se o time da avenida fosse um comediante – e dos bons! - responsável por trazer leveza a ambientes sombrios e pesados. Poucas coisas na vida são tão boas quanto fazer alguém feliz e os torcedores áureo-cerúleos devem se orgulhar dessa função tão espetacular exercida pelo seu clube do coração. É como se o E.C. Pelotas fosse um Doutor da Alegria e o Brasil  um doente. Como se fosse aquele personagem vivido pelo Robin Wlliams.

Obrigado por existir, E.C. Pelotas. Parabéns pela importante função exercida. Longa vida.

3 comentários:

  1. É isso ai!!!!!!!!!! Xavante neles!!!!

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  2. Que baita texto! Nem te conheço, vim parar aqui por acaso, mas fiquei muito impressionada...

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  3. E sou xavante, óbvio hahahahhaha

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